LIÇÃO 06 - O LIVRO DE ESTER
Texto Áureo: “Porque,
se de todo te calares neste tempo, socorro e livramento doutra parte virá para
os judeus, mas tu e a casa de teu pai perecereis; e quem sabe para tal tempo
como este chegaste a este reino?” (Et 4.14)
Leitura
Bíblica em Classe: Ester 1.1-9
Introdução: O livro de
Ester, uma história de fé e coragem, protagonizado por uma mulher judia chamada
Hadassa, (murta) a qual na corte do rei veio a se chamar Ester, (estrela). O
nome Ester provavelmente foi escolhido como um reconhecimento de sua beleza,
após tornar-se rainha. Esta história cronologicamente se desenvolveu no período
entre o retorno de Zorobabel e Esdras. O livro pode ser classificado como um
romance, ou seja, uma história verídica contada de forma romântica, comparável
a bela história de Rute. Uma característica no livro de Ester, é a ausência do
nome de Deus, mas apesar de não fazer menções diretas a Deus, a sua presença é
sentida ao longo da história, manifestando-se por meio de eventos providenciais
e da fé dos personagens. Isso não significa que Deus não tem parte neste livro,
muito pelo contrário, Ele marca a sua presença o tempo todo, só que em oculto.
Deus às vezes se oculta ao cumprir os seus propósitos no mundo. Este livro é um
dos livros históricos do Antigo Testamento, conhecido pela sua narrativa
emocionante e pela celebração da festa de Purim. Ele narra a história de Ester,
uma jovem judia que se torna a rainha da Pérsia. Ao descobrir um plano maligno
de Hamã, um oficial persa, para exterminar todos os judeus do império, Ester,
com grande coragem, intercede perante o rei em favor do seu povo. Os
personagens que figuram na história, tem como principal a rainha Ester, uma
figura central caracterizada pela sua beleza, sabedoria e coragem. Ela foi a
grande representante da fé e a esperança do povo judeu. Temos Mardoqueu tio de
Ester e conselheiro fiel, que desempenha um papel fundamental na revelação do
plano de Hamã e na salvação do povo judeus. A parte maligna envolve Hamã, o vilão
da história, um homem ambicioso e cruel que busca a destruição dos judeus. Por
fim, não se tratando aqui do personagem, temos a festa do Purim, instituída por Mardoqueu, em comemoração à
libertação dos judeus, Purim é celebrada até hoje pelos judeus com um dia de
alegria e gratidão. Nos livros precedentes vimos como Deus velava pelos judeus que
voltaram do cativeiro que durou setenta anos. Agora neste livro nos conta como
os que ainda permaneciam no exílio dispersos por todo o grande mundo pagão, mas
foram maravilhosamente preservados pela proteção divina. Embora o nome de Deus
não seja citado neste livro, todavia sua mão está manifesta em todo ele. Verdadeiramente o nosso Deus algumas vezes se oculta,
mas nessa história Ele se revela agindo para atingir os seus propósitos em relação à proteção do seu povo.
1. O BANQUETE
DO REI ASSUERO COM TODA OSTENTAÇÃO E EXIBICIONISMO.
Ester 1.1 – E sucedeu,
nos dias de Assuero (este é aquele Assuero que reinou, desde a Índia até à
Etiópia, sobre cento e vinte e sete províncias); Ester 1.2 – naqueles dias,
assentando-se o rei Assuero sobre o trono do seu reino, que está na fortaleza
de Susã, Ester 1.3 – no terceiro ano de seu reinado, fez um convite a todos os
seus príncipes e seus servos (o poder da Pérsia e Média e os maiores senhores
das províncias estavam perante ele), Ester 1.4 – para mostrar as riquezas da
glória do seu reino e o esplendor da sua excelente grandeza, por muitos dias, a
saber, cento e oitenta dias.
Os banquetes descritos eram comuns
entre os reis persas e serviam para demonstrar o poder, a riqueza e a
magnificência do monarca. A duração dos banquetes era de 180 dias para os
nobres e 7 dias para todo o povo, enfatizando a grandiosidade dos eventos.
Foi no terceiro ano de Assuero, ou
Xerxes, rei da Pérsia, 486-465 a.C. que essa história se iniciou. Foi convocado
os governantes e nobres do vasto império para virem a Susã, capital da Pérsia.
Esse banquete festivo deveria durar seis meses, onde o rei se vangloriava em
apresentar a riqueza e esplendor, tanto dele próprio, como também do seu
domínio do mundo da época.
Xerxes gostava e tinha prazer em
exibir seu poder e suas riquezas e pavoneou-se diante dos governadores e das
tropas de elite continuando nessa exibição por 180 dias. Se não era um prepara
para uma invasão a outro país, então estava apenas desperdiçando seu tempo por
pura vaidade. Devemos supor que durante esse período de seis meses, ele e os
demais continuavam comendo e bebendo, enquanto o povo pagava as contas com
altos impostos e taxas.
2. O BANQUETE
A TODO O POVO VISA CONSOLIDAR O PODER E AUTORIDADE DO REI.
Ester 1.5 – E,
acabados aqueles dias, fez o rei um convite a todo o povo que se achou na
fortaleza de Susã, desde o maior até ao menor, por sete dias, no pátio do
jardim do palácio real. Ester 1.6 – As tapeçarias eram de pano branco, verde e
azul celeste, pendentes de cordões de linho fino e púrpura, e argolas de prata,
e colunas de mármore; os leitos eram de ouro e de prata, sobre um pavimento de
pórfiro, e de mármore, e de alabastro, e de pedras preciosas.
A descrição detalhada das tapeçarias,
leitos, copos e do pavimento do palácio real revela a opulência e o luxo da
corte persa. Esses elementos visuais simbolizam o poder e a riqueza do rei. Ao
oferecer um banquete tão grandioso para toda população de Susã, o rei Assuero
reafirma seu poder e autoridade. É uma forma de exibir sua riqueza e
generosidade, visando fortalecer sua posição como governante. O banquete serve
como um momento de união e celebração para todo o povo. Sua intenção em
convidar pessoas de diferentes classes sociais, o rei tem em vista fortalecer os laços
de lealdade e criar um senso e comunidade.
3. O BANQUETE ESTAVA
FESTIVO, MAS TODA ALEGRIA SERIA CONSTRANGIDA.
Ester 1.7 – E
dava-se de beber em vasos de ouro, e os vasos eram diferentes uns dos outros; e
havia muito vinho real, segundo o estado do rei. Ester 1.8 – E o beber era, por
lei, feito sem que ninguém forçasse a outro; porque assim o tinha ordenado o
rei expressamente a todos os grandes da sua casa que fizessem conforme a
vontade de cada um. Ester 1.9 – Também a rainha Vasti fez um banquete para as
mulheres da casa real do rei Assuero.
A bebida era farta e deviam beber sem
constrangimento, indicando um ambiente de festa e descontração. No entanto,
essa liberdade será contrastada com a rígida etiqueta da corte persa e com as
consequências que a rainha Vasti enfrentará por sua desobediência. A rainha
Vasti também aparece como um dos personagens centrais da história. Sua figura
será importante para o desenrolar dos eventos, pois sua desobediência ao rei
desencadeou uma série de acontecimentos que culminaram na ascensão de Ester ao
trono. O ato de beber estava prescrito, porém, não era obrigatório. As mulheres,
conforme o costume oriental, eram separadas dos homens em tais ocasiões, mas
também tinham a sua festa. Ao mesmo tempo, da festa do rei, a rainha Vasti
também oferecia um banquete na casa real que pertencia ao rei Assuero. A rainha
Vasti é apresentada como uma figura poderosa e influente, onde se pode
aprofundar nossa compreensão da posição da mulher na sociedade persa, da
dinâmica do poder na corte e do papel dos banquetes como eventos sociais e
políticos. A partir desse banquete promovido pela rainha, surgirão eventos
dramáticos que seguirão nesta narrativa, que será desenvolvida a partir da
próxima aula.
Pastor Adilson Guilhermel