LIÇÃO 05 - A VERDADE QUE LIBERTA

LIÇÃO 05 - A VERDADE QUE LIBERTA

Texto Áureo: “E conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará.” (Jo 8.32)

Leitura Bíblica em Classe: João 7.16-18, 37,38; 8.31-36

Introdução: No contexto dessa palavra da leitura bíblica, que está em João 7.3 observamos que Jesus em nenhum momento seguia quem tentava direcionar as suas ações, pois Jesus em toda sua caminhada era direcionado pelo Espírito Santo.

“Disseram-lhe, pois, seus irmãos: Sai daqui, e vai para a Judeia, para que também os teus discípulos vejam as obras que fazes.” (João 7:3)

A sugestão dos irmãos de Jesus para que Ele fosse à Judéia e mostrasse suas obras aos discípulos deles revela uma dinâmica interessante. Eles estavam de certa forma, tentando direcionar as ações de Jesus com base em sua própria compreensão e expectativas.

A conduta de Jesus freqüentemente demonstrava que Ele era guiado por uma autoridade superior, o Espírito Santo, e não pelas sugestões ou pressões humanas, mesmo vindas de pessoas próximas como seus próprios irmãos. Esse episódio ilustra a diferença entre a perspectiva humana e a divina no ministério de Jesus.

Nem todos os conselhos vêm de Deus, mesmo quando vêm de pessoas próximas (como a própria família).

A direção do Espírito é superior à lógica humana. Jesus sabia que fazer a vontade do Pai era mais importante do que agradar ou impressionar as pessoas.

Obedecer ao tempo de Deus é essencial. Jesus não se adiantava nem se atrasava — Ele esperava o "kairós", o tempo certo do Pai.

Espere o tempo de Deus. A ansiedade pode nos levar a agir fora da direção certa.

O tempo certo de Deus inclui não só o "o quê" fazer, mas "quando" fazer.

Eclesiastes 3:1 – “Tudo tem o seu tempo determinado...”

1. A VERDADE QUE LIBERTA É A REVELADA AOS QUE QUEREM OBEDECER.

João 7.16 - Jesus respondeu e disse-lhes: A minha doutrina não é minha, mas daquele que me enviou. João 7.17- Se alguém quiser fazer a vontade dele, pela mesma doutrina, conhecerá se ela é de Deus ou se eu falo de mim mesmo. João 7.18- Quem fala de si mesmo busca a sua própria glória, mas o que busca a glória daquele que o enviou, esse é verdadeiro, e não há nele injustiça.

Três coisas que Jesus afirmou a respeito da sua doutrina:  

1) Que Sua doutrina é divina

Jesus afirma: “A minha doutrina não é minha, mas daquele que me enviou” (João 7:16).

Isso significa que o ensino dEle não provém de uma origem meramente humana. Ele responde à acusação dos judeus de que ensinava sem ter estudado nas escolas rabínicas, dizendo que sua sabedoria não veio da educação formal, mas de uma revelação direta de Deus.

A explicação teológica destaca que, embora Jesus seja divino e igual ao Pai, Ele fala como um servo enviado, em um estado de humilhação voluntária (Filipenses 2:6-8). Assim, Ele diz que Sua doutrina não é "minha", no sentido humano e independente, mas sim do Pai — o que sublinha tanto a origem divina da mensagem, quanto o papel dEle como Mediador obediente. Isso também serve para reforçar a autoridade de Jesus: o que Ele ensina não é invenção pessoal nem fruto de raciocínio filosófico, mas é a verdade revelada por Deus.

2) Que é possível discernir se sua doutrina é divina (v. 17)

“Se alguém quiser fazer a vontade dele, conhecerá a respeito da doutrina, se ela é de Deus ou se falo por mim mesmo.”

Jesus afirma que a veracidade da sua doutrina pode ser experimentada e conhecida — mas com uma condição: é preciso querer fazer a vontade de Deus. Ou seja, o conhecimento espiritual não é apenas intelectual; ele depende de uma disposição interior, de um coração obediente. A obediência precede a compreensão plena. Aqueles que estão dispostos a submeter sua vida à vontade de Deus terão seus olhos abertos para reconhecer que o ensino de Jesus vem do Pai. Por outro lado, quem busca apenas argumentar ou criticar, sem a intenção de obedecer, permanecerá cego para a verdade.

3) Que sua motivação era a glória de Deus (v. 18)

“Quem fala por si mesmo procura a sua própria glória; mas o que procura a glória daquele que o enviou, esse é verdadeiro, e nele não há injustiça.” 

Aqui, Jesus mostra a diferença entre o verdadeiro mensageiro de Deus e o falso. O falso mestre fala em nome próprio, com foco na autopromoção. Mas Jesus não buscava Sua própria glória — Ele vivia para glorificar o Pai. Isso é a evidência de que Ele era verdadeiro e sem injustiça. Jesus se apresenta como alguém totalmente transparente e puro em suas intenções. Sua motivação não era o prestígio pessoal, mas cumprir a missão que o Pai lhe deu. Essa pureza de propósito é, para quem tem discernimento espiritual, uma das maiores prova de sua autenticidade.

2. A VERDADE QUE LIBERTA É OFERECIDA A TODOS OS POVOS DA TERRA.

João 7.37 - E, no último dia, o grande dia da festa, Jesus pôs-se em pé e clamou, dizendo: Se alguém tem sede, que venha a mim e beba. João 7.38- Quem crê em mim, como diz a Escritura, rios de água viva correrão do seu ventre.

O convite propriamente dito é bastante geral que aponta para uma universalidade:

“Se alguém tem sede”, quem quer que seja, está convidado a vir a Cristo, seja ele nobre ou humilde, rico, ou pobre, jovem ou velho, escravo ou livre, judeu ou gentio.  Ele também é cheio de graça: “‘Se alguém tem sede, que venha a mim e beba’. Se algum homem deseja ser verdadeiramente e eternamente feliz, que se dirija a mim, e que seja governado por mim, e Eu me encarregarei de fazê-lo assim”.

As pessoas convidadas estão como sedentas, o que pode ser interpretado, como a miséria da sua situação, seja com relação à sua condição exterior se algum homem estiver destituído do conforto desta vida, ou fatigado  com suas  cruzes,  que  sua pobreza  e  suas  aflições  o  levem  a  Cristo,  para obter  aquela  paz  que  o mundo não pode dar nem remover, ou com relação à sua condição interior: “Se algum homem deseja bênçãos espirituais, Ele pode obtê-las de mim”. Ou: Como a tendência das suas almas e dos seus desejos, de uma felicidade espiritual. Se algum homem tiver sede e fome de justiça, isto é, desejar verdadeiramente a boa vontade de Deus para com ele, e a boa obra de Deus nele.

3. A VERDADE QUE LIBERTA A ORIGEM DA VERDADEIRA LIBERDADE.  

João 8.31- Jesus dizia, pois, aos judeus que criam nele: Se vós permanecerdes na minha palavra, sereis meus discípulos. João 8.32- E conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará. João 8.33- Responderam-lhe: somos descendência de Abraão, e nunca serviremos a ninguém; como dizes tu: Sereis livres? João 8.34- Respondeu-lhes Jesus: Em verdade, em verdade vos digo que todo aquele que comete pecado é servo do pecado. João 8.35- Ora, o servo não fica para sempre em casa; o Filho fica para sempre. João 8.36- Se, pois, o Filho vos libertar, verdadeiramente, sereis livres.

1. O Pecado é um Invasor, não uma Identidade.

O texto mostra que o pecado não é parte natural do ser humano; ele nos escraviza, mas não é nosso dono legítimo.

Como o escravo na casa, o pecado pode até permanecer por um tempo, mas não tem direito legal permanente sobre aqueles a quem Cristo chama.

Assim como o escravo era liberto no ano do Jubileu (Lv 25.54), Jesus é o nosso Jubileu eterno.

Pela fé em Cristo, somos chamados a uma nova identidade, livre do domínio do pecado.

2. Liberdade não é fazer o que queremos — é ser como Deus nos criou para ser A cultura diz que liberdade é seguir nossos desejos — mas isso pode nos aprisionar ainda mais. Jesus ensina que a verdadeira liberdade é ser restaurado ao propósito original: viver em comunhão com Deus e agir conforme Sua vontade.

“Uma andorinha não ficaria agradecida se a libertássemos para comer carniça, mas sim para voar nas alturas.”

3. O Filho liberta de verdade — e para sempre

“O escravo não fica sempre na casa; o filho fica para sempre.” (v.35) O pecado nos trata como escravos, mas Jesus nos adota como filhos. Como filhos, temos permanência, herança e dignidade. Só Jesus tem autoridade para nos libertar de verdade — não ideologias, não terapias, não força de vontade.

Jesus nos liberta por meio da verdade. Um escravo não mais servirá na casa de seu cruel opressor, assim que souber que a lei abolicionista foi assinada, e ele não tem mais nenhum direito sobre ela. Quando compreendemos que somos aceitos diante de Deus, e somos vitoriosos devido a nossa união com Cristo, começamos a gozar nossos privilégios e a auferir a graça que ele pôs ao nosso alcance. Assim nos tornamos livres.

“E conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará.” Ele traz a dimensão prática e transformadora do conhecimento espiritual: a verdade não somente informa; ela emancipa.

Um escravo não continuará servindo ao opressor quando souber que a lei da liberdade foi assinada.

Do mesmo modo, quando compreendemos pela fé que Cristo nos libertou do domínio do pecado, e que somos aceitos diante de Deus, começamos a viver como filhos e não como cativos. Essa verdade não é somente doutrinária, é vivencial — muda nossa maneira de pensar, orar e caminhar com Deus.

O conhecimento espiritual não é teoria: é a chave que abre a cela. Quanto mais conhecemos Jesus, mais livres nos tornamos; não por esforço, mas por convicção.

Pastor Adilson Guilhermel 

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