Lição 10 – A EXPANSÃO DA IGREJA
Texto Áureo: “Mas os que
andavam dispersos iam por toda parte anunciando a palavra. E, descendo Filipe à
cidade de Samaria, lhes pregava a Cristo.” (At 8.4,5)
Leitura Bíblica em Classe: Atos
8.1-8,12-15.
Introdução: Para que houvesse a expansão da igreja nos seus primórdios foi
necessário que houvesse perseguição, embora terrível do ponto de vista humano,
serviu a um propósito divino. A Liderança de Saulo como um
"arquiperseguidor", se revelou como um líder implacável em sua
campanha de intolerância contra a igreja do Senhor. O que o texto mostra é que
o martírio de Estêvão, em vez de assustar seus oponentes, os incitou a uma ação
ainda mais violenta. De fato, a perseguição em larga escala era uma "triste
mudança" nos acontecimentos. A igreja, que estava prosperando e se sentia
segura em Jerusalém, de repente se viu em uma situação de extremo perigo, com
membros sendo presos e torturados. No entanto, essa tristeza humana resultou em
um "bem muito maior". A perseguição forçou a igreja a se mover,
cumprindo a missão que Jesus havia dado a ela. Os cristãos, ao fugirem para a
Judeia e Samaria, levaram o Evangelho para além dos limites de Jerusalém, onde
foi recebido com grande alegria. O que pareceu uma estratégia humana para
destruir a igreja foi, na verdade, a estratégia divina para acelerar a sua
expansão. Essa história nos mostra que, mesmo nos momentos mais difíceis e
violentos, Deus tem um plano e pode usar a oposição para cumprir o seu
propósito.
1. POR TRÁZ DE TODA VIOLÊNCIA
ESTÁ PRESENTE A MÃO DE DEUS.
Atos 8.1 —
E também Saulo consentiu na morte dele. E fez-se, naquele dia, uma grande
perseguição contra a igreja que estava em Jerusalém; e todos foram dispersos
pelas terras da Judeia e da Samaria, exceto os apóstolos.
A
perseguição que se seguiu à morte de Estêvão, liderada com tanto zelo e
brutalidade por Saulo, foi, de fato, o catalisador que forçou a Igreja a
cumprir a sua missão. A perseguição brutal, que não poupava nem homens nem
mulheres, era terrível. O texto de Atos 8.3 descreve como Saulo "assolava
a igreja, e, entrando pelas casas, arrastava homens e mulheres e os encerrava
no cárcere". A dor e o sofrimento infligidos eram imensos e, certamente
encheram o coração do futuro apóstolo de tristeza e arrependimento mais tarde
em sua vida. No entanto, por trás dessa violência, estava a mão de Deus. A
Igreja estava confortável e crescendo em Jerusalém, mas havia recebido de Jesus
a ordem de ser "testemunha tanto em Jerusalém como em toda a Judeia e
Samaria e até os confins da terra" (Atos 1.8). A perseguição a impeliu a
fazer o que, talvez, ela não faria voluntariamente.
2. QUANDO OS JUSTOS
PARTEM DEIXAM SAUDADE E TESTEMUNHO.
Atos 8.2 — E uns varões
piedosos foram enterrar Estêvão e fizeram sobre ele grande pranto.
O fato
de que "homens piedosos", provavelmente judeus devotos que não eram
parte da igreja cristã, choraram por sua morte e enterraram seu corpo, mostra o
poder de seu testemunho. A vida de Estêvão, cheia de graça e do Espírito Santo,
tinha uma dignidade e um caráter que transcendiam as divisões religiosas. Mesmo
que seus oponentes o tivessem odiado por suas palavras, havia outros que, por
sua dignidade e bondade, reconheceram nele um homem de Deus.
Essa é a prova final de que a "semente espalhada" pelo seu martírio
não se restringiu à conversão de alguns ou ao início da perseguição, mas também
tocou o coração de pessoas que, embora não se juntassem à igreja imediatamente,
foram movidas por sua vida e morte. A vida de Estêvão foi um poderoso
testemunho, capaz de gerar respeito e admiração até mesmo naqueles que não
compartilhavam de sua fé.
3. A VIOLÊNCIA HUMANA NÃO ANULA
O PROPÓSIO DIVINO.
Atos 8.3 — E Saulo assolava a
igreja, entrando pelas casas; e, arrastando homens e mulheres, os encerrava na
prisão.
Nesse
texto começa a brutalidade da perseguição que se seguiu ao martírio de Estêvão,
liderada por Saulo. O texto de Atos 8.3 confirma essa fúria, mostrando o quão
implacável e indiscriminada era a perseguição sob a liderança de Saulo. A frase
"nem sexo nem idade eram poupados" ilustra a crueldade extrema: Saulo
invadia casas, arrastava homens e mulheres para fora e os levava à prisão.
4. A VIOLÊNCIA HUMANA NUNCA
VENCE OS PLANOS DIVINOS.
Atos 8.4 — Mas os que andavam
dispersos iam por toda parte anunciando a palavra.
Essa
perseguição, embora terrível, teve um propósito irônico e divino. Ela fez com
que os cristãos se dispersassem de Jerusalém para outras regiões, levando a
mensagem do Evangelho a novos lugares. O ódio e a violência de Saulo, usados
para extinguir a igreja, acabaram se tornando o meio pelo qual a fé cristã se
espalhou por toda a Judeia e Samaria, cumprindo a profecia de Jesus em Atos
1.8. Assim, o martírio de Estêvão e a perseguição de Saulo, em vez de
destruírem a igreja, a fortaleceram e a expandiram de forma incontrolável.
5. DEUS USA A ADVERSIDADE PARA
CUMPRIR SEUS PROPÓSITOS
Atos 8.5 — E, descendo Filipe à
cidade de Samaria, lhes pregava a Cristo. Atos 8.6 — E as multidões
unanimemente prestavam atenção ao que Filipe dizia, porque ouviam e viam os
sinais que ele fazia, Atos 8.7 — pois que os espíritos imundos saíam de muitos
que os tinham, clamando em alta voz; e muitos paralíticos e coxos eram curados.
Atos 8.8 — E havia grande alegria naquela cidade.
A perseguição forçou a luz a ser difundida e o sal a ser espalhado.
O caso de Filipe é um exemplo perfeito disso. Ele era um dos diáconos
escolhidos para "servir as mesas" em Jerusalém. Mas, com a
perseguição, ele foi forçado a fugir. Sua fuga o levou a Samaria, um lugar
historicamente hostil aos judeus. Lá, o Evangelho foi recebido com grande
alegria. O que a perseguição de Jerusalém rejeitou, a Samaria acolheu de braços
abertos. O plano de Deus, que parecia estar ameaçado pela violência, na verdade
estava sendo acelerado por ela. A perseguição não destruiu a Igreja; ela a
dispersou e a fortaleceu, garantindo que o Evangelho alcançasse novos
territórios e novos corações.
6. A FORÇA DO NOME DE JESUS
CONQUISTA E OPERA SALVAÇÃO.
Atos 8.12 — Mas, como cressem
em Filipe, que lhes pregava acerca do Reino de Deus e do nome de Jesus Cristo,
se batizavam, tanto homens como mulheres. Atos 8.13 — E creu até o próprio
Simão; e, sendo batizado, ficou, de contínuo, com Filipe e, vendo os sinais e
as grandes maravilhas que se faziam, estava atônito.
A
história de Simão serve como um forte lembrete de que nem todo aquele que
"crê" e é batizado tem, de fato, o coração transformado. A diferença
entre o ministério de Filipe e a magia de Simão é fundamental. Filipe pregava o
Evangelho e a sua mensagem era sobre o reino de Deus e o nome de Jesus Cristo.
O foco não estava em sua habilidade de fazer milagres, mas no poder salvador de
Jesus. Simão buscava poder, pois ele estava acostumado a atrair as pessoas a si
com sua magia. O que o impressionou em Filipe não foi a mensagem de salvação,
mas os sinais e grandes maravilhas que ele realizava. Simão viu uma fonte de
poder ainda maior que a sua e queria adquiri-la. A controvérsia em torno da conversão de Simão é
o ponto-chave da história. A sua fé parecia ser motivada pela empolgação e pela
oportunidade de obter um poder superior, e não por um genuíno arrependimento. A
conversa posterior com Pedro (Atos 8.18-24) prova que essa fé era espúria. Ao
tentar comprar o dom do Espírito Santo, Simão demonstrou que ainda via o poder
de Deus como um bem material, algo que se pode adquirir e vender. A sua fé não
o libertou do desejo de glória pessoal, e Pedro o confrontou severamente por
sua iniquidade e coração não reto diante de Deus. A história de Simão é um
alerta sobre a importância da motivação do coração. A verdadeira fé leva à
adoração humilde de Cristo como Senhor, e não à busca egoísta por poder ou
reconhecimento.
7. A MISSÃO DA IGREJA SE EXPANDE
PELO PODER DO ESPÍRITO SANTO.
Atos 8.14 — Os apóstolos, pois, que estavam em Jerusalém, ouvindo
que Samaria recebera a palavra de Deus, enviaram para lá Pedro e João, Atos 8.15
— os quais, tendo descido, oraram por eles para que recebessem o Espírito
Santo.
Embora
Jesus tivesse ordenado que o Evangelho fosse levado a "Samaria" (Atos
1.8), a hostilidade enraizada entre judeus e samaritanos tornava difícil para
os apóstolos conceberem que um povo "mestiço" e desprezado poderia receber
o Espírito Santo e ser parte da mesma igreja. O envio de Pedro e João serviu a
dois propósitos cruciais: Confirmação Apostólica: A presença deles garantiu que
a obra em Samaria era genuína e que os novos crentes estavam recebendo o mesmo
Evangelho e o mesmo Espírito Santo que eles. Unidade da Igreja: A visita dos
líderes de Jerusalém impediu a formação de uma igreja "samaritana"
separada. Ela unificou os novos crentes com os crentes judeus, mostrando que,
em Cristo, a parede de inimizade que separava os dois povos havia sido
derrubada. Isso superou séculos de hostilidade. Este evento é um dos mais belos
exemplos do poder unificador do Evangelho. O fato de que samaritanos e judeus,
após séculos de desprezo e ressentimento mútuo, agora se reuniam como um só
corpo em Cristo, é a prova de que a fé em Jesus era capaz de curar as feridas
mais profundas da humanidade. A oração de Pedro e João não foi apenas para que
o Espírito Santo viesse, mas para que a unidade de todos os crentes fosse
manifesta.
Pastor Adilson Guilhermel