LIÇÃO 09 - RESISTINDO À TENTAÇÃO NO
CAMINHO
Texto Áureo: “Vigiai e orai, para que
não entreis em tentação; na verdade, o espírito está pronto, mas a carne é
fraca.” (Mt 26.41)
Leitura Bíblica em Classe: Mateus 4.1-11
Introdução: A
palavra de ordem é vigiar e orai, a qual é um chamado à vigilância e a oração.
Esta palavra é um poderoso alerta sobre algo que não podemos ignorar ou
negligenciar, a qual é para nos conscientizarmos de que estamos em uma batalha
constante contra a tentação. A vigilância e a oração são práticas essenciais em
nossa vida cristã se quisermos ser vitoriosos quanto a esse mal que acedia a
todos. A oração é o nosso canal de comunicação com Deus, o qual não pode ser
interrompido, pois ela nos conecta à força e à Sua sabedoria; e a vigilância
nos mantém alertas contra os ardis e ciladas do inimigo. Esses elementos
essenciais, que são a oração e vigilância, objetiva evitarmos as tentações,
para que elas não venham nos dominar, o que por sua vez, possa nos desviar do caminho
que Deus nos traçou. O espírito está pronto, mas a carne é fraca, significa que
o espírito sendo renovado pela fé, anseia por santidade e a carne por sua
natureza com as suas fraquesas é propensa a cair em tentação. A oração deve ser
um hábito constante e não somente em momentos de desespero, pois nesse caso não
encontrará a força necessária para vencer as tentações, porém sendo um cristão
de oração, terá o discernimento e a graça para superar e vencer qualquer tipo
de tentação. Precisamos vigiar os nossos pensamentos; palavras e ações, sempre
atento aos nossos impulsos para serem refreados antes que a tentação seja
consumada. A comunhão com o Espírito Santo é essencial para termos força nessa
luta contra a tentação, bem como a nossa mente que é um atributo da alma deve
se ocupar com as coisas de Deus e não com as coisas do mundo. Mantendo essa
disciplina, Deus é fiel e não permitirá que sejamos tentados além do que
podemos suportar. Lembrar sempre que em nossa caminhada estamos sendo testados
para sermos aprovados para entrar no reino dos céus, assim como as virgens
prudentes. O mundo oferece coisas boas e coisas reprováveis e se o nosso
coração se voltar para as coisas reprováveis e a carne desejar essas coisas, o
Diabo vai tentar para que o desejo seja consumado e nesse caso o pecado toma
conta.
1. PRIMEIRA TENTAÇÃO FOI A NÍVEL DA
CARNE.
Mateus 4.1 - Então, foi conduzido Jesus
pelo Espírito ao deserto, para ser tentado pelo diabo. Mateus 4.2 - E, tendo
jejuado quarenta dias e quarenta noites, depois teve fome; Mateus 4.3 - E,
chegando-se a ele o tentador, disse: Se tu és o Filho de Deus, manda que estas
pedras se tornem em pães. Mateus 4.4 - Ele, porém, respondendo, disse: Está
escrito: Nem só de pão viverá o homem, mas de toda a palavra que sai da boca de
Deus.
A tentação surgiu com
Lúcifer, o qual estava governando o espaço junto com a terça parte das miríades
de anjos e, a sua queda se deu quando ele foi tentado pelo orgulho e pelo desejo de ser
igual a Deus. Ele se exaltou a tal ponto de querer subir aos céus e ser igual
ao altíssimo. Seu coração era perfeito até que a iniquidade o corrompeu. O
orgulho e a rebelião contra Deus são pecados graves que podem levar um cristão
a queda. Nessa condição Lúcifer que deixou de ser anjo de luz, passando a ser
chamado de Diabo e Satanás, ingressou no jardim do Éden com a intenção de
destronar Adão do seu governo constituído por Deus, usando da mesma arma, a
qual o fez cair, que foi a tentação. Através da tentação o Diabo venceu Adão
tomando dele o seu governo. Assim ele quis usar a mesma arma na tentação com
Jesus, a qual seria o único meio de derrotá-lo e continuar com o governo da
terra. O diabo é ardiloso e vemos que ele não tentou Jesus durante o seu jejum
de quarenta dias e sim no final do jejum. Jesus como homem despojado de todo o
seu poder ao finalizar o jejum de 40 dias e 40 noites, é visitado pelo diabo
para ser tentado por ele. Nessa passagem vislumbramos o início de uma batalha
espiritual que Jesus travou contra o diabo, episódio esse que nos mostra
valiosas lições sobre fé, obediência e a importância do poder da palavra de
Deus. Jesus foi conduzido pelo Espírito Santo a um deserto árido e solitário
para um longo jejum que era uma preparação para a sua jornada missionária, onde
enfrentaria várias situações contrárias engendradas pelo diabo. É preciso
ressaltar que o jejum de Jesus era de alimentos e não de água, pois como homem
Ele não suportaria ficar 40 dias e noites sem água, a não ser que usasse do seu
próprio poder do qual foi despojado e, isso seria a sua derrota. Fica claro essa
explicação porque o diabo lhe propôs fazer um milagre de transformar pedra em
pão. Quem está morrendo de sede, a primeira escolha entre água e pão, é lógico
que seria água. A fome após o jejum o torna vulnerável à tentação, criando um
cenário propício para o ataque do diabo. O diabo usa de uma provocação quando
diz: "se tu és o Filho de Deus" com isso ele tenta Jesus a usar seu
poder divino para satisfazer sua necessidade de alimento, com o propósito de
desviá-lo do plano de Deus. Nessa provocação ele insinua dúvida sobre a
filiação divina de Jesus, buscando plantar a semente da incerteza em sua mente.
Esse é um dos modos operante usado por Satanás para tentar pessoas em estado de
fragilidade física ou espiritual. Porém Jesus tinha a resposta à altura para
afrontar o diabo usando o poder da palavra com firmeza e convicção, enfatizando
a dependência de Deus para a vida física e espiritual. A palavra de Deus é
colocada acima das suas necessidades físicas, se sustentando na obediência à
vontade divina. A primeira tentação é derrotada pela palavra pondo assim a
estratégia do diabo caindo por terra. A tentação é uma realidade, como foi na vida
de Jesus, também é na vida de todos. O diabo procura sempre explorar nossas
fraquezas objetivando nos desviar do caminho de Deus. A palavra de Deus, que é
a espada do Espírito é a principal arma para vencer as tentações impostas pelo diabo.
Com fé e obediência ao Senhor sempre teremos força para vencer as tentações.
2. SEGUNDA TENTAÇÃO FOI A NÍVEL DE ALMA.
Mateus 4.5 - Então o diabo o transportou
à Cidade Santa, e colocou-o sobre o pináculo do templo, Mateus 4.6 - e
disse-lhe: Se tu és o Filho de Deus, lança-te daqui abaixo; porque está
escrito: Aos seus anjos dará ordens a teu respeito, e tomar-te-ão nas mãos,
para que nunca tropeces em alguma pedra. Mateus 4.7 - Disse-lhe Jesus: Também
está escrito: Não tentarás o Senhor, teu Deus.
O diabo não conseguindo
vencer Jesus na carne passa para outra tentação que é a nível de alma. Para
isso ele transporta Jesus do deserto para Jerusalém, isso porque, no deserto
não tinha público e, em Jerusalém tinha visto que essa tentação envolvia tentar
o Senhor para um ato espetacular diante do povo. O local foi o pináculo do
templo, o qual era o lugar mais alto. Ali estando o diabo inicia a sua tentação
dirigindo-se a Jesus fazendo um desafio questionando a sua identidade como
Filho de Deus e deveria provar isso num ato espetacular diante do povo que
estava embaixo no pátio do templo. O diabo conhece a palavra e faz uso dela
distorcendo-a para induzir Jesus a cair na sua tentação. Ele disse atira-te
daqui e dará ordens aos seus anjos a teu respeito. Aqui conjecturando,
significa que os anjos o ampararão na queda e nada te acontecerá. Jesus dá uma
resposta ao diabo deixando claro que não se submeterá à sua tentação, pois isso
significaria provar Deus e colocar a sua fé em dúvida, assim Ele rebate
dizendo: não tentarás ao Senhor teu Deus. Essa tentação no pináculo foi um
desfio a fé de Jesus e a resposta do Senhor, o qual demonstrou sua firmeza na
fé. Jesus reconheceu a sua proteção divina, mas se recusa a usá-la para provar
ser o Filho de Deus. A fé verdadeira não se baseia de demonstrações
espetaculares, mas sim na obediência à vontade do Senhor Deus. Isso nos ensina
sobre a importância de termos uma fé inabalável em qualquer tipo de tentação,
sabendo que se resistirmos ao diabo, ele fugirá de nós.
3. TERCEIRA TENTAÇÃO FOI A NÍVEL DO
ESPÍRITO.
Mateus 4.8 - Novamente, o transportou o
diabo a um monte muito alto; e mostrou-lhe todos os reinos do mundo e a glória
deles. Mateus 4.9 - E disse-lhe: Tudo isto te darei se, prostrado, me adorares.
Mateus 4.10 - Então, disse-lhe Jesus: Vai-te, Satanás, porque está escrito: Ao
Senhor, teu Deus, adorarás e só a ele servirás. Mateus 4.11 - Então, o diabo o
deixou; e, eis que chegaram os anjos e o serviram.
O diabo tentou Jesus na
carne, na alma e sem nada conseguir ele parte para tenta-lo no Espírito. Nessa
passagem, ele leva Jesus para um monte alto e lhe oferece todos os reinos do
mundo tentando desvia-lo de seu propósito. Vemos que quando o diabo oferece
todos os reinos do mundo, e Jesus não o questiona, simplesmente porque ele, o
diabo estava de posse do reino, isso desde quando tomou o governo de Adão na
sua queda. Para Jesus tomar de volta o governo da terra era condicional que Ele
consumasse com vitória o seu sacrifício na cruz e, jamais de outra maneira.
Fazendo aqui uma suposição caso Jesus aceitasse a cair na tentação do diabo.
Primeiramente Jesus seria derrotado, em seguida caindo na tentação cometeria um
pecado, pecando não mais retomaria o seu poder e ficaria submisso ao diabo não
podendo mais voltar a presença do Pai e, o diabo continuaria governando o mundo
e, a humanidade estaria eternamente debaixo de escravidão. Só que o Deus Pai
quando enviou o seu Filho ao mundo, na Sua presciência sabia que Jesus sairia
vencedor e que o diabo seria derrotado. Na resposta ao diabo, Jesus rebate
afirmando que a adoração é devida somente a Deus e nessa resistência o diabo o
deixa vindo os anjos para servir Jesus e, é nesse momento que o Seu jejum é
encerrado. Depois dessa tentação presencial o diabo não usaria desse expediente
novamente, pois passaria a agir em oculto usando pessoas e alguns religiosos de
Jerusalém e, até mesmo o seu discípulo Pedro, quando tenta demovê-lo de seguir
para Jerusalém e o Senhor repreende dizendo; passa para trás de mim satanás. As
tentações podem vir de diversas formas, mas a fidelidade a Deus deve ser
inabalável, pois Ele é o único Senhor e digno de toda nossa adoração. A vitória
de Jesus sobre as três tentações é um exemplo a ser seguido, para termos força,
a fim de enfrentarmos as nossas próprias lutas contra o inimigo da nossa alma. A
tentação em si mesma, não é pecado; só quando as más sugestões do tentador são
aceitas é que se tornam pecado. Precisamos entender que ao nosso redor existe
uma tenebrosa região do mal, de onde surgem as tentações. O apóstolo Paulo
disse: eu posso todas as coisas, mas nem tudo me convém. Temos o livre arbítrio
de fazer o que quisermos, mas como cristãos temos que vigiar para não fazermos o
que vai contra a palavra de Deus.
Pastor Adilson Guilhermel