LIÇÃO 01 - A IGREJA NASCEU NO PENTECOSTE
Texto Áureo: At. 2.4 E todos foram cheios do Espírito Santo e começaram a falar em outras línguas, conforme o Espírito Santo lhes concedia que falassem.
Leitura Bíblica em Classe: At. 2.1-14
Introdução: A Igreja, no sentido cristão de um corpo de crentes impulsionados pelo Espírito Santo para cumprir a Grande Comissão, nasceu oficialmente no Pentecostes.
O Pentecostes: Nascimento da Igreja
A narrativa bíblica, no livro de Atos dos Apóstolos, descreve um evento extraordinário no Dia de Pentecostes, cinquenta dias após a Páscoa judaica (que celebrava a colheita). Enquanto os discípulos de Jesus estavam reunidos, eles foram surpreendidos por: Um som vindo do céu como um vento forte, que encheu o lugar onde estavam.
Línguas semelhantes a fogo que pousaram sobre cada um deles.
A plenitude do Espírito Santo, que os capacitou a falar em outras línguas e pregar o Evangelho com ousadia.
Esse momento não foi apenas um fenômeno externo, mas uma transformação profunda nos discípulos. Antes amedrontados e incertos, eles foram cheios de gozo espiritual, poder e coragem para testemunhar sobre Jesus.
O Significado para a Igreja
O Pentecostes é considerado o marco inaugural da Igreja por vários motivos:
Cumprimento da Promessa: Jesus havia prometido enviar o "Consolador" (o Espírito Santo) para guiar e fortalecer seus seguidores. No Pentecostes, essa promessa se cumpriu.
Empoderamento para a Missão: O Espírito Santo capacitou os discípulos a cumprir a missão de levar a mensagem de Jesus a todas as nações, superando barreiras de idioma e medo.
Unidade e Comunhão: A descida do Espírito Santo uniu os crentes em um só corpo, a Igreja, com um propósito comum: glorificar a Jesus e proclamar o Evangelho.
Expansão do Evangelho: Após o Pentecostes, a pregação de Pedro resultou na conversão de milhares de pessoas, marcando o início da rápida expansão do cristianismo.
Em resumo, o Pentecostes é a celebração da vinda do Espírito Santo, que não só transformou os primeiros discípulos, mas também deu origem à Igreja como a conhecemos, impulsionando-a em sua missão evangelizadora.
1. PENTECOSTES E O NASCIMENTO DA IGREJA PELO PODER DO ESPÍRITO SANTO.
At. 2.1 E, cumprindo-se o dia de Pentecostes, estavam todos concordemente no mesmo lugar; At. 2.2 E de repente veio do céu um som, como de um vento veemente e impetuoso, e encheu toda a casa em que estavam assentados. At. 2.3 E foram vistas por eles línguas repartidas, como que de fogo, as quais pousaram sobre cada um deles. At. 2.4 E todos foram cheios do Espírito Santo, e começaram a falar noutras línguas, conforme o Espírito lhes concedia que falassem.
A igreja nasceu no pentecoste: No templo, os sacerdotes estavam oferecendo os primeiros pães da nova colheita, celebrando a festa do Pentecoste, quando o Espírito Santo veio como as primícias de nossa herança. Subitamente veio um som que foi ouvido em toda cidade. Não havia vento, mas ouviu-se o som de um vento impetuoso e forte. De repente, ao olharem uns para os outros, os discípulos viam na cabeça de cada um, línguas como de fogo. E de repente, também, todos tiveram consciência de que estavam sendo atraídos para o Senhor, tendo um forte desejo de vê-lo glorificado e de um enorme aumento e intensificação de gozo e poder espirituais.
Durante a Festa de Pentecostes, cinquenta dias após a Páscoa, os judeus comemoravam a colheita oferecendo pães no templo. Era um tempo de gratidão. Mas naquele ano, algo sobrenatural aconteceu.
Enquanto os discípulos estavam reunidos, um som veio do céu como o de um vento forte e encheu toda a casa. Línguas semelhantes a fogo pousaram sobre cada um deles. Eles foram cheios do Espírito Santo.
Esse momento marca o nascimento da Igreja. Não apenas por causa do fenômeno extraordinário, mas porque todos foram tomados por um desejo intenso de glorificar Jesus. Foi derramado sobre eles gozo espiritual, poder e ousadia para testemunhar.
O que aconteceu ali não foi apenas um sinal externo, mas uma transformação interior. A promessa de Jesus estava se cumprindo: o Consolador havia vindo, e com Ele, nasceu a Igreja.
O evento do Pentecostes pode ser compreendido sob duas dimensões cruciais que se entrelaçam e definem a essência da experiência do Espírito Santo e o nascimento da Igreja: a verticalidade e a horizontalidade.
A Verticalidade: Conexão com Deus
A dimensão vertical do Pentecostes refere-se à descida do Espírito Santo de Deus para os homens. É a manifestação direta da ação divina, a promessa de Jesus cumprida.
- Derramamento do Espírito: O som como de um vento forte e as línguas de fogo que pousaram sobre os discípulos simbolizam a vinda do próprio Deus, em sua terceira pessoa, para habitar e capacitar os crentes. Essa é uma experiência sobrenatural, que transcende a capacidade humana.
- Empoderamento e Transformação Interior: Na verticalidade, os discípulos foram cheios de gozo espiritual, poder e ousadia. Essa não foi uma conquista humana, mas um dom divino que transformou suas vidas de dentro para fora, capacitando-os a glorificar a Jesus e a testemunhar. É a fonte de toda a capacidade espiritual e ministerial.
- Cumprimento da Promessa Divina: O Pentecostes é o ponto culminante de uma promessa feita por Jesus e pelos profetas (como Joel). A verticalidade, portanto, representa a fidelidade de Deus em enviar o Consolador, estabelecendo uma nova aliança e uma nova forma de relacionamento com a humanidade.
A Horizontalidade: Impacto e Relacionamento Humano
A dimensão horizontal do Pentecostes diz respeito ao impacto do Espírito Santo nas relações humanas e na missão da Igreja no mundo. É a manifestação do poder de Deus através dos homens para outros homens.
- Unidade e Comunicação: A Reversão de Babel: A capacidade dos discípulos de serem compreendidos em diversas línguas por pessoas de diferentes nações é um exemplo primário da horizontalidade. O Espírito Santo rompeu barreiras de comunicação, permitindo que a mensagem de Deus fosse acessível a todos. Se em Babel a horizontalidade foi quebrada pela confusão de línguas, em Pentecostes ela foi restaurada pela unidade da mensagem, simbolizando que a Igreja é chamada a reunir todas as nações.
- Testemunho e Proclamação: Capacitados pelo Espírito, os discípulos, como Pedro, saíram e pregaram ousadamente sobre Jesus e sua ressurreição. A mensagem, antes restrita a um pequeno grupo, agora se espalhava horizontalmente por toda a Jerusalém e, futuramente, pelo mundo.
- Nascimento da Igreja como Comunidade: A partir do Pentecostes, os convertidos formaram uma comunidade unida, compartilhando bens, orando e vivendo em comunhão. A horizontalidade se manifesta na forma como os crentes se relacionam uns com os outros e com o mundo ao seu redor, praticando o amor, a solidariedade e a missão.
Em suma, o Pentecostes nos mostra que a experiência com Deus (verticalidade) não é um fim em si mesma, mas tem um propósito claro: equipar e impulsionar a Igreja para sua missão no mundo (horizontalidade). Uma não existe plenamente sem a outra.
2. PENTECOSTE NA SUA VERTICALIDADE E HORIZONTALIDADE
At. 2.5 E em Jerusalém estavam habitando judeus, homens religiosos, de todas as nações que estão debaixo do céu. At. 2.6 E, quando aquele som ocorreu, ajuntou-se uma multidão, e estava confusa, porque cada um os ouvia falar na sua própria língua. At. 2.7 E todos pasmavam e se maravilhavam, dizendo uns aos outros: Pois quê! Não são galileus todos esses homens que estão falando? At. 2.8 Como, pois, os ouvimos, cada um, na nossa própria língua em que somos nascidos? At. 2.9 Partos e medos, elamitas e os que habitam na Mesopotâmia, Judeia, Capadócia, Ponto e Ásia, At. 2.10 E Frígia e Panfília, Egito e partes da Líbia, junto a Cirene, e forasteiros romanos, tanto judeus como prosélitos, At. 2.11 Cretenses e árabes, todos nós temos ouvido em nossas próprias línguas falar das grandezas de Deus.
Isso complementa perfeitamente a descrição do Pentecostes! A transformação interior dos discípulos, com um forte desejo de glorificar o Senhor e um aumento significativo de gozo e poder espirituais, foi uma parte crucial do evento e do nascimento da Igreja. Não foi apenas um espetáculo externo, mas uma profunda mudança no coração e no espírito de cada um deles.
A Mensagem de Pentecostes Chega a Todos
Com a reunião da grande multidão, atraída pelo som incomum, os discípulos cheios do Espírito Santo não hesitaram. Cada um se dirigiu a um grupo, falando sobre Jesus e sua ressurreição. O mais notável é que, apesar da diversidade de línguas presentes, cada ouvinte compreendia a mensagem em sua própria língua natal.
Isso foi possível porque o Espírito Santo operou de uma forma milagrosa, usando uma comunicação direta entre mentes e corações. O orador transmitia seus pensamentos de tal modo que o ouvinte recebia a mensagem em seu próprio vocabulário, como se a linguagem fosse "emprestada" de sua mente.
O Desfazer da Torre de Babel
Este fenômeno linguístico foi um sinal poderoso e simbólico: a confusão de línguas que marcou a Torre de Babel (Gênesis 11) estava sendo revertida. Se em Babel a comunicação foi quebrada para dispersar a humanidade, em Pentecostes, a comunicação foi restaurada e aperfeiçoada pelo Espírito Santo para unir as pessoas em torno da mensagem do Evangelho.
É um lembrete vívido de que a mensagem de Deus é para todos, capaz de transcender barreiras culturais e linguísticas através do poder do Espírito.
3. PENTECOSTE O CUMPRIMENTO PARCIAL DA PROFECIA DE JOEL.
At. 2.12 E todos se maravilhavam e estavam perplexos, dizendo uns para os outros: Que quer isto dizer? At.2.13 E outros, zombando, diziam: Estão cheios de mosto. At. 2.14 Pedro, porém, pondo-se em pé com os onze, levantou a sua voz, e disse-lhes: Homens judeus, e todos os que habitais em Jerusalém, seja-vos isto notório, e escutai as minhas palavras.
A Alegria Exultante e a Resposta de Pedro
A manifestação do Espírito Santo no Pentecostes trouxe uma alegria tão intensa e exultante aos discípulos que alguns observadores, sem compreender a origem divina do fenômeno, interpretaram-na como um estado de embriaguez.
No entanto, Pedro, com prontidão e inspiração do Espírito, repudiou veementemente essa acusação, classificando-a como absurda, pois era ainda muito cedo no dia para tal estado. Em vez disso, ele declarou que o que estava acontecendo era o cumprimento parcial da profecia de Joel, que falava sobre o derramamento do Espírito de Deus sobre toda a carne.
"O Que Ocorre É O Que Foi Dito"
A frase "O que ocorre é o que foi dito" encapsula a essência daquele momento: a realidade visível e audível do Pentecostes era a concretização das antigas promessas divinas. Pedro, ao citar Joel, conectou o evento presente à história da salvação, mostrando que Deus estava agindo conforme havia anunciado.
Reações da Multidão e a Resposta de Pedro em Pentecostes
Atos 2:12-13: "E todos se maravilhavam e estavam perplexos, dizendo uns para os outros: Que quer isto dizer? E outros, zombando, diziam: Estão cheios de mosto."
Esses versículos mostram a dupla reação da multidão que se reuniu ao ouvir o som e ver os discípulos falando em outras línguas:
· Maravilha e Perplexidade: Muitos ficaram genuinamente espantados e confusos, buscando entender o significado do que estava acontecendo. A cena era tão extraordinária que desafiava a compreensão comum.
· Zombaria e Acusação: Outros, porém, reagiram com ceticismo e escárnio, atribuindo o comportamento dos discípulos à embriaguez ("cheios de mosto", ou vinho novo). Essa era uma forma de descreditar o que viam, talvez por não conseguirem aceitar uma explicação sobrenatural.
Atos 2:14: "Pedro, porém, pondo-se em pé com os onze, levantou a sua voz, e disse-lhes: Homens judeus, e todos os que habitais em Jerusalém, seja-vos isto notório, e escutai as minhas palavras."
Diante dessas reações diversas e da acusação de embriaguez, Pedro assume um papel de liderança crucial:
· Ousadia e Autoridade: Ele se levanta, acompanhado pelos outros onze apóstolos, e levanta a voz. Isso demonstra uma nova ousadia e autoridade, fruto do Espírito Santo que acabara de ser derramado sobre ele e os demais.
· Chamado à Atenção: Pedro se dirige diretamente à multidão, composta por "Homens judeus, e todos os que habitais em Jerusalém", chamando a atenção deles para o que ele estava prestes a dizer. Ele exige que o escutem, preparando o terreno para sua poderosa pregação.
Este momento marca o início da primeira pregação pública da Igreja, onde Pedro, cheio do Espírito, passa a explicar o verdadeiro significado do Pentecostes, refutando as acusações e proclamando a mensagem de Jesus Cristo.
A reflexão final, "Seremos capazes, algum dia, de dizer: O que ocorre é o que foi dito", sugere um anseio pela manifestação contínua e clara da vontade e do poder de Deus, onde a fé se encontra com a experiência tangível do cumprimento das Suas palavras.
Pastor Adilson Guilhermel