LIÇÃO 08 - UMA IGREJA QUE ENFRENTA OS SEUS PROBLEMAS

 

LIÇÃO 08 - UMA IGREJA QUE ENFRENTA OS SEUS PROBLEMAS

Texto Áureo: Escolhei, pois, irmãos, dentre vós, sete varões de boa reputação, cheios dos Espírito Santo e de sabedoria, aos quais constituíamos sobre este importante negócio. Atos 6.3

Leitura Bíblica em Classe: Atos 6.1-7

 

Introdução: Uma realidade que a igreja enfrenta desde os seus primórdios. Lidar com a murmuração interna e a perseguição externa é um desafio constante, mas a história bíblica nos oferece um guia claro sobre como enfrentá-lo. A perseguição fora da igreja tende a fortalecer a fé. Quando a igreja é atacada por forças externas, ela é forçada a se unir e a confiar mais em Deus. A perseguição nos lembra que não pertencemos a este mundo e que nossa esperança está em algo maior. A história dos apóstolos, presos e milagrosamente libertados, é um exemplo vivo de como a perseguição, em vez de destruir, pode ser usada por Deus para manifestar Seu poder e para solidificar a fé dos crentes. Já a murmuração dentro da igreja é um desafio mais sutil, porém, igualmente perigoso. Ela se opõe à unidade, à confiança e ao amor que deveriam ser as marcas distintivas do corpo de Cristo. A murmuração é a semente da discórdia e pode paralisar o avanço do Evangelho. O antídoto para ambos os problemas, no entanto, é o mesmo: fidelidade a Cristo e confiança no poder do Espírito Santo. Contra a perseguição, a resposta é a coragem e a perseverança, sabendo que as portas do inferno não prevalecerão contra a Igreja. Contra a murmuração, a resposta é a humildade e o amor, buscando a reconciliação e a unidade, e lembrando que somos todos pecadores salvos pela graça. A lição é que, seja o inimigo externo ou o conflito interno, a nossa força está na confiança em Deus, na obediência aos Seus mandamentos e no foco na missão de pregar o Evangelho.

 

 

1. AS DIFERENÇAS CULTURAIS GERANDO CONFLITOS ENTRE IRMÃOS.

Atos 6.1 Ora, naqueles dias, crescendo o número dos discípulos, houve uma murmuração dos gregos contra os hebreus, porque as suas viúvas eram desprezadas no ministério cotidiano.

De fato, a distinção entre os "gregos" (judeus helenistas) e os "hebreus" (judeus da Palestina) era uma questão interna na igreja primitiva, não uma distinção entre judeus e gentios.

A igreja de Jerusalém era vista por muitos, incluindo seus próprios membros, como uma ramificação do judaísmo. A conversão ao cristianismo era, naquele momento, inseparável do judaísmo, e a idéia de que gentios poderiam se unir à igreja sem antes se converterem ao judaísmo (passando pelo rito da circuncisão, por exemplo) ainda era um conceito revolucionário, que seria debatido e resolvido posteriormente em eventos como o Concílio de Jerusalém (Atos 15). Essa perspectiva inicial da igreja nos ajuda a compreender as tensões e os conflitos que surgiram como a questão da distribuição de alimentos às viúvas. Essa divisão não era por etnia ou nacionalidade, mas por cultura e idioma, o que mostra que a igreja enfrentava problemas de diversidade e equidade desde o início. A história da igreja primitiva é um lembrete de que a fé cristã foi se expandindo e se adaptando a novas culturas, rompendo barreiras que pareciam intransponíveis. A inclusão dos gentios seria um passo fundamental para o crescimento do cristianismo em todo o mundo.

2. A ORGANIZAÇÃO INICIAL DA IGREJA E A PRIORIDADE NO MINISTÉRIO ESPIRITUAL.

Atos 6.2 E os doze, convocando a multidão dos discípulos, disseram: Não é razoável que nós deixemos a palavra de Deus e sirvamos às mesas. Atos 6.3 Escolhei, pois, irmãos, dentre vós, sete varões de boa reputação, cheios do Espírito Santo e de sabedoria, aos quais constituamos sobre este importante negócio. Atos 6.4 Mas nós perseveraremos na oração e no ministério da palavra.

Observemos a precisão com que o espírito daquela comunidade inicial em Atos, onde é destacado as qualidades que a tornaram tão poderosa e exemplar. É verdade que a visão que temos é de uma simplicidade e um fervor impressionante. A forma como eles conciliavam o cuidado material ("ministração diária de auxílio") com o espiritual ("oração e ministério da palavra") é um modelo para a igreja em todas as épocas. A escolha de homens piedosos para as tarefas seculares mostra que, para eles, não havia divisão entre o sagrado e o secular; tudo era feito com o mesmo propósito e a mesma dedicação.

Algo importante a ser observado é que os apóstolos reconheciam os direitos das pessoas, mesmo diante da murmuração e do conflito, é fundamental. Isso demonstra uma humildade e uma sabedoria que vêm do Espírito Santo.

É uma "lástima" que esse belo início tenha sido "toldado por nuvens", é uma constatação dolorosa, mas realista. A história da igreja mostra que as fraquezas humanas, as divisões e a perda do foco central foram, em muitos momentos, um obstáculo ao avanço do Evangelho. É preciso olhar para o passado não com nostalgia, mas com um senso de inspiração e um chamado à ação. A simplicidade, o fervor e a dedicação da igreja primitiva ainda são um ideal a ser buscado hoje, um lembrete de que a força da igreja não está em sua estrutura, mas na sua fidelidade ao Espírito Santo e na sua dedicação às pessoas.

3. A ESCOLHA DE LÍDERES ESPIRITUAL PARA QUALQUER ÁREA É ESSENCIAL

Atos 6.5 E este parecer contentou a toda a multidão, e elegeram Estêvão, homem cheio de fé e do Espírito Santo, e Filipe, e Prócoro, e Nicanor, e Timão, e Pármenas e Nicolau, prosélito de Antioquia; Atos 6.6 e os apresentaram ante os apóstolos, e estes, orando, lhes impuseram as mãos.

Os critérios usados no processo de escolha de líderes na igreja. O exemplo da escolha dos sete diáconos, relatado em Atos 6, é um modelo para a igreja em todas as épocas. A observação sobre a dedicação a Deus daqueles que são escolhidos é crucial.

A escolha dos diáconos não foi uma decisão puramente humana. A Bíblia nos diz que eles deveriam ser homens "cheios do Espírito Santo e de sabedoria". Essa é a chave: a direção do Espírito é fundamental em todo o processo. A igreja identifica os indivíduos com as qualidades espirituais e a sabedoria necessárias, e então os apóstolos os dedicam a Deus por meio da oração e da imposição de mãos.

Essa dedicação pública e espiritual mostra que o serviço na igreja não é apenas uma tarefa, mas um chamado sagrado. A pessoa que é escolhida é separada para um propósito divino, e a igreja, como um corpo, reconhece e apóia esse chamado.

É um lembrete de que o processo de seleção de líderes na igreja deve ser guiado pela oração e pela busca da vontade de Deus, a fim de garantir que as pessoas certas sejam colocadas nos lugares certos para o avanço do Reino.

4. QUANDO HÁ ORGANIZAÇÃO COM UNÇÃO A IGREJA SE MULTIPLICA.

Atos 6.7 E crescia a palavra de Deus, e em Jerusalém se multiplicava muito o número dos discípulos, e grande parte dos sacerdotes obedecia à fé.

O fato de que a mensagem do Evangelho se espalhou por toda Jerusalém, atingindo até mesmo os sacerdotes, é um testemunho do poder da Palavra de Deus. O Crescimento da Palavra, não foi um evento acidental. Ele foi o resultado direto da dedicação dos apóstolos, que priorizaram a oração e a pregação. Essa lição é fundamental para a igreja em todas as épocas: o crescimento espiritual e numérico da igreja está diretamente ligado à sua dedicação à Palavra de Deus e à oração.

É impressionante como esse versículo de Atos 6:7 resume o poder e o avanço do evangelho. Ele é um ponto de virada na narrativa de Lucas e destaca três verdades cruciais sobre o crescimento da igreja primitiva: O texto não diz que a igreja, os apóstolos ou o número de crentes cresciam, mas que a palavra de Deus crescia. Essa é uma distinção importante. O crescimento não era um fenômeno humano, mas a expansão de uma mensagem viva e poderosa. O evangelho, por sua própria natureza, tem o poder de se espalhar, se enraizar e produzir fruto.

O crescimento da Palavra resultou em um crescimento numérico impressionante. A multiplicação de discípulos em Jerusalém mostra a eficácia do trabalho dos apóstolos, que priorizaram a pregação e a oração, e também a resposta do povo à mensagem do evangelho. Esse crescimento não era apenas em quantidade, mas também em qualidade, pois eram pessoas que se tornavam discípulos — seguidores comprometidos com Jesus.

Grande Parte dos Sacerdotes Obedecia à Fé, é um ponto notável e significativo. O fato de que "grande parte dos sacerdotes obedecia à fé" é uma prova do poder do evangelho para superar as maiores barreiras. Os sacerdotes eram os líderes religiosos, as pessoas que tinham todo o motivo para se opor à mensagem de Jesus e dos apóstolos, pois ela ameaçava sua autoridade e suas tradições. A sua conversão demonstra que a fé em Cristo era mais forte do que a tradição, o orgulho e o status social.

Esse versículo nos inspira a confiar que a Palavra de Deus tem o poder de crescer em qualquer ambiente e alcançar qualquer pessoa, não importa quão grande seja o obstáculo.

 

Pastor Adilson Guilhermel

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