LIÇÃO
07 - A DEPOSIÇÃO DA RAINHA VASTI E A ASCENSÃO DE ESTER
Texto Áureo:
“Antes, dá maior graça. Portanto diz: Deus resiste aos soberbos, mas dá graça
aos humildes.” (Tg 4.6)
Leitura Bíblica em Classe:
Ester 1.10-12,16,17,19; 2.12-17
Introdução: Nesta aula estudaremos sobre a deposição da rainha
Vasti e a subsequente ascensão de Ester. É uma história fascinante que
entrelaça temas de poder, beleza, fé e intervenção divina. Essa história se
desenvolve no vasto império Persa, um dos maiores da antiguidade, sendo o
governante desse reino, o rei Xerxes. Esse rei era um governante poderoso, que
exercia uma grande influência em todo o seu domínio sobre inúmeros povos e
culturas. Ele tinha um harém real que era comum entre os monarcas da época. O harém era o local onde o rei mantinha as suas concubinas,
que passavam por uma seleção rigorosa onde era observado a beleza e graça para
serem escolhidas. A posição da mulher nas sociedades antigas era, serem
subordinadas aos homens. Em relação à rainha se destaca que ela desempenhava um
papel importante na corte e, em algumas ocasiões representava o rei em eventos
públicos e sociais.
1. NA BEBEDEIRA O JUÍZO DESAPARECE
E A RAZÃO ABANDONA O HOMEM.
Ester 1.10 –
E, ao sétimo dia, estando já o coração do rei alegre do vinho, mandou a Meumã,
Bizta, Harbona, Bigtá, Abagta, Zetar e a Carcas,, os sete eunucos que serviam
na presença do rei Assuero, Ester 1.11 – que introduzissem na presença
do rei a rainha Vasti, com a coroa real, para mostrar aos povos e aos príncipes
a sua formosura, porque era formosa à vista. Ester 1.12 – Porém a rainha
Vasti recusou vir conforme a palavra do rei, pela mão dos eunucos; pelo que o
rei muito se enfureceu, e ardeu nele a sua ira.
Sempre que os
homens são dominados pelo vinho, as mulheres correm sérios perigo, pois é o
momento que ocorre grosserias, indelicadeza, impureza que entram pela porta que
foi destrancada pelo excesso de bebida. Esses excessos é algo que tem
acontecido em todos os tempos trazendo sofrimentos a mulheres, crianças e
animais. Aqui nessa situação da negativa de Vasti em atender o rei, temos o
vislumbre de uma nobre mulher que respeitava a si própria, a ponto de recusar
um pedido estranho aos costumes do tempo em que a mulher era proibida de
comparecer em público. Não podemos afirmar a razão do porque a Rainha se
recusou a obedecer à ordem do rei, porém a sua desobediência foi considerada um
ato de desafio à autoridade real. Essa é a parte explícita da narrativa a
respeito de Vasti, mas temos que considerar o ocorrido em outra ótica.
Deus na sua presciência já sabia sobre o que ocorreria em um plano
diabólico orquestrado por Hamã, que visava a morte de todos os judeus do vasto
império. Então o que podemos deduzir com mais precisão é que assim com Deus
endureceu o coração de faraó no Egito, também nesse caso endureceu o coração de
Vasti, para que ela recusasse atender o apelo do rei. Nesse caso, o propósito
de Deus era tirar Vasti do caminho, para introduzir Ester a qual seria usada
para salvar o povo judeu que seriam sentenciados a morte.
2. QUANTO MAIOR O PODER DO
HOMEM, MAIOR A NECESSIDADE DE CONSELHOS.
Ester 1.16 –
Então, disse Memucã na presença do rei e dos príncipes: Não somente pecou
contra o rei a rainha Vasti, mas também contra todos os príncipes e contra
todos os povos que há em todas as províncias do rei Assuero. Ester 1.17
– Porque a notícia deste feito da rainha sairá a todas as mulheres, de modo que
desprezarão a seus maridos aos seus olhos, quando se disser: Mandou o rei
Assuero que introduzissem à sua presença a rainha Vasti, porém ela não veio. Ester
1.19 – Se bem parecer ao rei, saia da sua parte um edito real, e escreva-se
nas leis dos persas e dos medos, e não se revogue que Vasti não entre mais na
presença do rei Assuero, e o rei dê o reino dela à sua companheira que seja
melhor do que ela.
Naturalmente o rei ficou irado, ainda certamente sabendo que
estava errado. Ele tinha autoridade sobre 127 províncias, mas não podia
governar o seu próprio espírito, sendo acometido pelo senso de fraqueza moral,
o que não nada agradável. Foi correto consultar os seus conselheiros, porém era
um grupo que não tinha imparcialidade em proferir os seus conselhos porque, no fundo, o que almejavam era agradar o rei e não o irritar. Ao serem consultados
pelo rei, eles se sentiram felizes em concordar com seu capricho e disposição
de espírito. A resposta deles foi que era um dever público que o rei
divorciasse de Vasti, objetivando uma repreensão à insubordinação das esposas
do império. O conselheiro mais incisivo e que certamente estava sóbrio, era o homem
chamado Memucã, alguém bajulador e parasita, que preservava a sua influência
por oferecer ao rei coisas que o agradassem.
3. EM TODO OCORRIDO HAVIA UM
PROPÓSITO DE ABRIR CAMINHO PARA COROAR ESTER.
Ester 2.12 –
E, chegando já a vez de cada moça, para vir ao rei Assuero, depois que fora
feito a cada uma segundo a lei das mulheres, por doze meses (porque assim se
cumpriam os dias das suas purificações, seis meses com óleo de mirra e seis
meses com especiarias e com as coisas para a purificação das mulheres), Ester
2.13 – desta maneira, pois, entrava a moça ao rei; tudo quanto ela desejava
se lhe dava, para ir da casa das mulheres à casa do rei; Ester 2.14 – à
tarde, entrava e, pela manhã, tornava à segunda casa das mulheres, debaixo da
mão de Saasgaz, eunuco do rei, guarda das concubinas; não tornava mais ao rei,
salvo se o rei a desejasse e fosse chamada por nome. Ester 2.15
Chegando, pois, a vez de Ester, filha de Abiail, tio de Mardoqueu (que a tomara
por sua filha), para ir ao rei, coisa nenhuma pediu, senão o que disse Hegai,
eunuco do rei, guarda das mulheres; e alcançava Ester graça aos olhos de todos
quantos a viam. Ester 2.16 – Assim, foi levada Ester ao rei Assuero, à
casa real, no décimo mês, que é o mês de tebete, no sétimo ano do seu reinado. Ester
2.17 – E o rei amou a Ester mais do que a todas as mulheres, e ela alcançou
perante ele graça e benevolência mais do que todas as virgens; e pôs a coroa
real na sua cabeça e a fez rainha em lugar de Vasti.
Após a
deposição de Vasti, o rei ordenou uma busca por uma nova rainha em todo o
reino. Os critérios de escolha da nova rainha, passavam por um rigoroso processo
de preparação que durava um mês inteiro. Esse período era dividido em duas
etapas de seis meses cada. Nos primeiros seis meses as mulheres recebiam
tratamento de beleza com óleo de mirra, e nos seis meses seguintes, eram
submetidas a outros rituais de purificação. Uma vez preparadas, as mulheres
eram levadas à presença do rei, mas só podiam retornar ao seu aposento se
fossem chamadas por ele. Quanto a Ester que também estava entre as concubinas
seguiu as instruções de Hegai, o eunuco responsável pelas mulheres. Ela se destacava
das outras pela sua beleza e humildade por todos que a viam. O rei se encantou
com Ester e a escolheu para ser sua rainha, substituindo Vasti. O comportamento
humilde de Ester foi fundamental para a sua ascensão ao trono. Na realidade foi
uma escolha divina, pois estava destinada a desempenhar um papel crucial na
salvação do povo judeu. Tudo que envolve Ester, não se pode julgar por nossos
próprios padrões, mas pelo costume do seu tempo. Cada uma dessas moças era
considerada casada com o rei e era guardada sob o seu teto, como uma esposa
inferior. Ester não recebeu ordem para negar a sua ascendência, mas somente foi
aconselhada a não a proclamar. Ela só se identificou depois que foi elevada ao
poder, quando atingiu a mais elevada posição social que uma mulher poderia aspirar.
Ela foi colocada ali por Deus para servir a um elevado propósito. Para nós basta
cumprir nosso dever para com o reino de Deus e fazer de tudo para agradá-lo,
não importando onde formos colocados por Ele.