LIÇÃO 05 - O CASAMENTO DE RUTE E BOAZ - A Remição da Família
Texto Áureo: “Agora,
pois, minha filha, não temas; tudo quanto disseste te farei, pois toda a cidade
do meu povo sabe que és mulher virtuosa.” (Rt 3.11)
Leitura Bíblica em Classe: Rute 3.8-10; 4.11
Introdução: Remissão é um termo chave na história de Rute e Boaz, carregando consigo uma profunda significância religiosa, social e legal no contexto bíblico. O que significa remissão? No contexto da história de Rute, a remissão se refere ao ato de um parente próximo resgatar a propriedade, os direitos ou a viúva de um parente falecido. Era uma prática, estabelecida pela Lei de Moisés, e visava preservar a linhagem familiar e a integridade da comunidade. A Remissão na História de Rute: a remissão mais conhecida é o direito de levirato, onde o irmão mais próximo do falecido tinha o dever de casar-se com a viúva sem filhos para gerar um descendente que carregasse o nome do falecido e herdasse seus bens. No caso de Rute ela era uma, viúva e moabita, que solicita a Boaz, um parente próximo de Elimeleque, que ao morrer deixou viúva a Noemi, o direito de remissão que lhe passou a sua sogra. Rute pede que Boaz a resgate e, ao fazer isso, ela não apenas busca segurança econômica, mas também a oportunidade de se integrar à comunidade de Israel e continuar a linhagem de seu sogro marido de Noemi.
A Redenção Espiritual: Além do sentido literal de resgate, a história de
Rute também carrega um significado espiritual. A redenção de Rute por Boaz pode
ser vista como um prelúdio da redenção que Deus oferece à humanidade por meio de Jesus Cristo. Assim como Boaz resgata Rute da pobreza e da solidão, Jesus nos
resgata do pecado e da morte.
A Importância da Remissão: envolvia a linhagem familiar, o que
garantiria a continuidade da família e a preservação do nome do falecido. A
remissão também envolvia a proteção social, para que órfãos e viúvas fossem
protegidos da vulnerabilidade social, garantindo-lhes um lugar na comunidade.
Assim a lei da remissão demonstrava a preocupação da sociedade hebraica com a
justiça e a equidade.
Conexão com o Novo Testamento: A história de Rute antecipa o tema da
redenção em Jesus Cristo, mostrando como Deus age para restaurar e salvar Seu
povo. A remissão na realidade era algo de Deus demonstrando o seu amor,
compaixão e justiça pelos desamparados.
1. RUTE SEGUIU EXATAMENTE OS CONSELHOS DE NOEMI PARA CHEGAR AOS PÉS DO REMIDOR.
Rute 3.8 - E sucedeu que, pela meia-noite, o homem
estremeceu e se voltou; e eis que uma mulher jazia a seus pés.
Imaginem um homem ser despertado no meio da noite com uma mulher deitada
aos seus pés sem identificar que ela era. Foi uma surpresa que fez Boaz
estremecer ao se deparar diante de uma situação inesperada, pois jamais
esperava que isso pudesse acontecer. Mas foi o momento escolhido por Rute para
revelar os seus sentimentos e reivindicações ao homem que por direito pela lei
do levirato seria o seu remidor. Ao se
deitar aos pés de Boaz, ela demonstra submissão e respeito, mas também revela
sua determinação em buscar o resgate. Rute demonstra uma coragem extraordinária
ao se aproximar de Boaz desta maneira. Rute coloca seus sentimentos à mostra,
sabendo que arriscaria ser rejeitada, o que seria algo doloroso para
ela. Foi um momento de tensão, no meio da escuridão da noite, quando a posição
de Rute aos seus pés e como ele reagiria criou-se uma atmosfera de expectativa
e incerteza da parte dela. A ação ousada e silenciosa estava comunicando seu
desejo de ser resgatada e protegida. Porém, Rute era uma mulher já experimentada
em passar por dificuldades, a qual pela sua fé ela ia superando todas as coisas
sem nunca perder a sua esperança em Deus. Ela acreditava que o Deus que ela
aprendeu a conhecer, a guiaria até encontrar a proteção a qual ela buscava. A coragem
nutrida pela fé de Rute e seu encontro com Boaz são inspiradores e um exemplo
que, mesmo em meio às dificuldades, a esperança pode florescer para a nossa
felicidade.
2. RUTE FOI CORAJOSA E AUDACIOSA AO FAZER O PEDIDO
AO SEU REMIDOR.
Rute 3.9 - E disse ele: Quem és tu? E ela disse:
Sou Rute, tua serva; estende, pois, fita aba sobre a tua serva, porque tu és o
remidor.
Vemos a moabita, com uma fé inabalável e um coração cheio de esperança,
expressar seu desejo de ser resgatada por Boaz. Aos pés de Boaz se identifica
como sua serva, demonstrando respeito e submissão. Ao se chamar de serva, ela
reconhece a posição de Boaz como parente próximo e resgatador. Rute era
determinada e, logo em seguida faz um pedido audacioso, para que ele estenda a
sua aba sobre ela, que significava reivindicar a sua proteção, mas não só isso, pois, na verdade estava solicitando o direito de levirato. Esse direito envolvia
que ele a resgatasse e a tomasse como esposa. Rute era uma mulher movida pela
fé inabalável em Deus o que a encorajava a exigir a lei do resgate, crendo ser
Boaz o homem escolhido pelo Senhor para cumprir esse papel. A lei do levirato
visava proteger as viúvas e garantir a continuidade da linhagem familiar. Para
isso Rute pede a Boaz que não seja um parente próximo, mas que viva ativamente
a sua fé e cumpra o seu dever como o remidor. A história de Rute simboliza a
redenção em Jesus Cristo, pois assim como Boaz resgatou Rute, Jesus nos resgata
do pecado e da morte. Embora essa passagem pode levar alguém a pensar num
sentido sexual, está claro que Boaz agiu com um admirável comedimento, se
mostrando zeloso pela preservação do bom nome de Rute, a qual se pusera debaixo
de sua proteção. Boaz também soube respeitar a hierarquia, pois tinha outro
remidor que tinha a preferência, o qual abdicou dela, deixando o caminho livre
para ele. Ao lado da graça de Deus, um pensamento que nos ajuda na hora de uma
provação, ou tentação, é pormos os interesses dos outros antes dos nossos. Amar
ao próximo, é amar a nós mesmos.
3. RUTE FOI ABENÇOADA POR BOAZ PELA SUAS QUALIDADES
ADMIRÁVEIS.
Rute 3.10 - E disse ele: Bendita sejas tu do
Senhor, minha filha; melhor fizeste esta tua última beneficência do que a
primeira, pois após nenhum jovem foste, quer pobres quer ricos.
A virtude de Rute é elogiada por Boaz expressando sua admiração e
respeito por ela. Ele abençoa Rute reconhecendo a coragem e a fé que ela
demonstrou ao se aproximar dele. Boaz pede a proteção divina sobre a vida de
Rute, pelos seus méritos, quando se decidiu seguir Noemi para Belém, e a
segunda ao solicitar o direito da lei do levirato, certamente já instruída por
Noemi, que tinha conhecimento dessa lei. Assim Boaz considerou a segunda ação
ainda mais nobre, ao demonstrar ter uma fé ainda maior e uma disposição de
colocar seus interesses em segundo plano. Rute poderia ter buscado um marido
mais jovem ou mais rico, mas escolheu o caminho mais difícil, buscando um homem
que cumprisse o resgate. Rute era uma mulher verdadeira em tudo, que a
qualificava como uma mulher virtuosa, leal, corajosa e principalmente por
demonstrar uma grande fé em Deus.
4. RUTE FOI HONRADA PELO POVO COMO UMA MULHER
VALOROSA.
Rute 4.11 - E todo o povo que estava na porta e os
anciãos disseram: Somos testemunhas; o Senhor faça a esta mulher, que entra na
tua casa, como a Raquel e como a Léia, que ambas edificaram a casa de Israel; e
há-te já valorosamente em Efrata e faze-te nome afamado em Belém.
A comparação entre Rute e as matriarcas Raquel e Léia, como expressa em
Rute 4:11, é rica em simbolismo e significado.
Raquel: Geralmente associada à beleza, à fertilidade e à amada de Jacó.
Seu nome significa "ovelha". Ela era a esposa preferida de Jacó, mas
sofreu muito por não poder ter filhos por um longo tempo. Finalmente, deu à luz
José e Benjamim, um filho muito amado. Léia: A irmã mais velha de Raquel, menos
atraente, mas fértil. Ela deu à luz a Rubem, Simeão, Levi, Judá, Issacar,
Zebulom e Diná, filhos a Jacó. Seus filhos foram importantes na história de
Israel. A comunidade abençoando Rute, comparando-a a Raquel e Léia, está
expressando o desejo de que ela seja também uma matriarca, pois assim ela
também se tornaria uma figura importante na linhagem de Israel, contribuindo
para o crescimento da nação. Tanto Raquel como Léia contribuíram para a
formação da nação de Israel e ao comparar Rute com elas, a comunidade expressa
a esperança de que ela também desempenhe um papel importante na união do povo
de Deus. Nos propósitos divinos, Rute, uma moabita, se torna parte do
povo de Israel através de seu casamento com Boaz e de sua lealdade a Noemi. A
comunidade, ao fazer a comparação com Raquel e Léia, reconheceu a
importância de Rute sendo aceita como uma das suas, sem qualquer discriminação.
Quando confiarmos alguma coisa a Cristo, ele também não descansará
enquanto não a houver terminado.
Pastor Adilson Guilhermel