Lição 10
- Dádiva, Privilégios e Responsabilidades na Nova Aliança Trimestre: 1° de 2018 – 11 de Março
TEXTO
ÁUREO: "Cheguemo-nos com verdadeiro
coração, em inteira certeza de fé; tendo o coração purificado da má consciência
e o corpo lavado com água limpa." (Hb 10.22)
LEITURA
BÍBLICA EM CLASSE: Hebreus 10.1-7,
22-25
Introdução:
Todo o sistema sacrificial estabelecido e
ordenado a ser cumprido pelas leis cerimoniais, transcrita na lei mosaica, não
tinha condições de remover do homem o pecado impregnado pela natureza adâmica.
Os demais pecados eram expiados através dos sacrifícios oferecidos no altar do
holocausto, com exceção do pecado original. Nessa condição o pecador seguindo
os preceitos das leis cerimoniais e fazendo tudo conforme as suas exigências,
ele tinha a condição de se manter salvo e, na ocasião da sua morte física, seu
espírito era levado ao Sheol, ou seio de Abraão, nas profundezas da terra, onde
ficaria confinado em lugar de refrigério até o sacrifício de Cristo ser
consumado. Isso porque, somente o sangue de Jesus é que tinha o poder de
remover o pecado da natureza adâmica, para uma purificação completa do pecado
no homem. A partir daí é que todos os salvos do Antigo Testamento ganharam a
condição de serem levados para as regiões celestiais, o que foi feito por
Cristo, quando subindo ao alto, levou cativo o cativeiro.
1. A lei
era boa, mas não perfeita, pois não aperfeiçoava os imperfeitos.
Hebreus 10.1 PORQUE tendo a lei a sombra dos bens
futuros, e não a imagem exata das coisas, nunca, pelos mesmos sacrifícios que
continuamente se oferecem cada ano, pode aperfeiçoar os que a eles se chegam.
O sacerdócio levítico em comparação com o celestial era apenas uma
sombra, ou cópia do eterno sacerdócio. A lei de Moisés não proporcionava coisas
melhores, mas apontava para as coisas melhores, as quais viriam com instituição
da nova aliança. Com a instituição da nova aliança, após o sacrifício perfeito
ser consumado veio a compreensão e a garantia dos bens vindouros, fora dessa
dimensão terrena. A lei de Moisés não tinha condições de levar os ofertantes a
um aperfeiçoamento genuíno, como também não conferia o perdão do pecado
original, porque sem a remoção desse pecado ninguém poderia ter o verdadeiro
acesso a Deus. Cristo proporcionou esse acesso, quando figuradamente o véu do
templo foi rasgado de alto a baixo, e isso significava que para a alma expiada
pelo sangue do Cordeiro lhe foi permitido o acesso a presença do Deus Pai. Quem
não alcançou esse acesso não poderá em hipótese alguma chegar ao
aperfeiçoamento espiritual exigido.
2. Se o
sacrifício pelo pecado removesse o original, não seria contínuo.
Hebreus 10.2 Doutra maneira, teriam deixado de se
oferecer, porque, purificados uma vez os ministrantes, nunca mais teriam
consciência de pecado.
Hebreus 10.3 Nesses sacrifícios, porém, cada ano se
faz comemoração dos pecados, 4 Porque é impossível que o sangue dos touros e
dos bodes tire os pecados.
A lei cerimonial com os seus sacrifícios oferecidos ano a ano, nunca
poderia realizar um aperfeiçoamento completo com os sacrifícios oferecidos.
Caso tivesse condições de fazer a expiação completa removendo o pecado original
purificando e pacificando a consciência do pecador, não haveria necessidade de
uma continuidade, pois os ofertantes já não teriam pecado em sua consciência.
Se fosse assim, haveria então a reconciliação total com Deus, coisa que não
acontecia na antiga aliança. Porém na nova aliança, com o sacrifício do Senhor,
a expiação é perfeita e completa, e não precisa mais ser repetida, porque o pecador
alcança o perdão completo e não o incompleto como o da antiga aliança.
3. Deus
indignado com esses sacrifícios enviou Seu Filho para o perfeito.
Hebreus 10.5 Por isso, entrando no mundo, diz:
Sacrifício e oferta não quiseste, Mas corpo me preparaste; 6 Holocaustos e
oblações pelo pecado não te agradaram.
No período Interbíblico
que envolveu cerca de quatrocentos anos, entre Malaquias até João Batista, Deus
propositalmente se calou e não se levantou profetas até o início do ministério
desse profeta que foi o que veio preparar o caminho do Senhor. Nesse período cessou
os sacrifícios no templo, voltando quando os Macabeus conquistaram Jerusalém no
ano 164. Embora houvesse em determinados tempos a restauração dos sacrifícios
no período interbíblico, Deus não manifestava em momento algum a sua presença
nesses cerimoniais. Mesmo já nos tempos do ministério de Cristo, não havia
manifestações espirituais no templo ornamentado por Herodes, pois tudo que era
oferecido ali eram coisas corrompidas com a anuência da linhagem sacerdotal de
Anás e Caifás. A exploração no templo era notória e foi repreendida e repudiada
por Cristo quando se deparou com os cambistas e os animais para o sacrifício sendo
vendidos no próprio templo.
4. O
primeiro sacrifício tinha que ser substituído pelo segundo sacrifício.
Hebreus 10.7 Então disse: Eis aqui venho ( No
princípio do livro está escrito de mim ), Para fazer, ó Deus, a tua vontade.
Com o primeiro sistema sacrificial estava totalmente corrompido e não
operava qualquer efeito espiritual nos ofertantes, ele precisava ser substituído
por outro sistema. Esse sistema envolvia o segundo sacrifício, não mais de
sacrifícios de animais que eram sacrificados em lugar do ofertante, mas de um
que seria o próprio sacrifício levando sobre si todos os pecados de uma forma
única e definitiva, não exclusiva, mas extensiva. João Batista apresentou Jesus
como o único sacrifício, quando disse: eis o Cordeiro de Deus, que tira o
pecado do mundo. Nenhum outro sacrifício seria apropriado para satisfazer a
justiça de Deus, além do próprio Cristo, assim Ele se dispôs a vir de uma forma
voluntariosa para fazer a vontade do Pai. Jesus encarnado sem pecado foi o
único que poderia levar sobre si toda maldição que estava destinada ao homem. Assim
os sacrifícios da lei, não mais seriam aceitos, como também nas teriam qualquer
utilidade para o homem e quem quiser continua-los estará resistindo e
rejeitando a Deus. No princípio do livro foi profetizado a sua missão terrena,
quando foi anunciado diante do diabo, que da semente da mulher viria um a ele
feriria o seu calcanhar, mas que a semente lhe feriria a cabeça.
5. Cristo
foi o próprio segundo sacrifício realizando expiação permanente.
Hebreus 10.22 Cheguemo-nos com verdadeiro coração,
em inteira certeza de fé, tendo os corações purificados da má consciência, e o
corpo lavado com água limpa, 23 Retenhamos firmes a confissão da nossa
esperança; porque fiel é o que prometeu.
Jesus nos deu acesso ao Deus Pai, mas existem condições para que isso
possa se suceder, pois esse acesso exige que o pecador reconheça o seu estado e
se arrependa aceitando o Senhor como o seu único e suficiente salvador. Isso é
condicional para que ocorra o perdão necessário e o pecador seja reconciliado
com o Deus Pai. Essa reconciliação é ministrada por Cristo, pois Ele está a
destra do Pai como Sumo Sacerdote eterno. Lembrando que ninguém vai ao Pai se
não for por Ele.
6. A
adoração solitária fora da igreja, não convém, ela deve ser coletiva.
Hebreus 10.24 E consideremo-nos uns aos outros, para
nos estimularmos ao amor e às boas obras, 25 Não deixando a nossa congregação,
como é costume de alguns, antes admoestando-nos uns aos outros; e tanto mais,
quanto vedes que se vai aproximando aquele dia.
Pela fé desfrutamos do acesso ao santuário divino e isso só será possível
se cuidarmos de desenvolver uma vida em santificação, pois sem a santificação
ninguém entra na sua presença. A santificação é de caráter individual, mas isso
não significa que devemos viver num isolamento solitário, pois somos um corpo
único ligado à cabeça, que é Cristo. O crente não deve se isolar dos irmãos,
não frequentando os cultos, como também das demais atividades da igreja achando
que dessa maneira irá alcançar uma espiritualidade superior. Essa ligação espiritual
como corpo de Cristo, não permite um distanciamento entre os irmãos, pois
portar-se dessa maneira é uma demonstração de soberba e orgulho, que são
inaceitáveis no meio cristão. A adoração solitária é importante, pois temos que
ter os nossos particulares com Deus, mas não podemos nos prender somente a isso,
pois a adoração coletiva é necessária e quem a negligencia está contrariando os
preceitos divinos. Com a apostasia se avolumando em nossos dias devemos reforçar
a nossa comunhão priorizando a Deus, tanto individualmente, como coletivamente.
Elaborado pelo Pastor Adilson Guilhermel